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NR-1: Não existe receita pronta. Copiar o programa da empresa do vizinho pode ser um erro.

Nos últimos anos, o debate sobre saúde mental ganhou força no mundo do trabalho — e com razão. Burnout, ansiedade, exaustão emocional e afastamentos por causas psicológicas se tornaram parte da realidade de muitas empresas.

Com a nova versão da NR-1 – Disposições Gerais e Gerenciamento de Riscos Ocupacionais, a atenção à saúde mental dos trabalhadores deixou de ser uma escolha e passou a ser obrigação legal.

Mas aqui vai um alerta importante: não existe receita pronta para isso.

Cada empresa tem suas particularidades. Cada ambiente de trabalho gera riscos diferentes. E cuidar da saúde mental no contexto da NR-1 exige personalização, sensibilidade e estratégia.

🧠 A nova NR-1 e o papel da saúde mental

A NR-1 foi atualizada para ser a norma base do novo modelo de prevenção no Brasil. Ela estabelece diretrizes gerais para todas as demais NRs e determina a criação de um Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), que agora precisa considerar, além dos riscos físicos, químicos e ergonômicos, os riscos psicossociais — aqueles que afetam diretamente a saúde emocional e mental do trabalhador.

De forma clara, a norma obriga as empresas a:

  • Identificarem riscos psicossociais e organizacionais;
  • Avaliarem seus impactos na saúde dos colaboradores;
  • Incorporarem medidas preventivas e de promoção da saúde mental no PGR;
  • Capacitarem as equipes com base em suas realidades específicas.

Ou seja, não basta aplicar um modelo pronto ou adaptar o programa de outra empresa. O ambiente organizacional precisa ser analisado a fundo, considerando aspectos como:

  • Pressão por metas excessivas
  • Sobrecarga de tarefas
  • Ambientes com conflitos interpessoais
  • Falta de reconhecimento
  • Jornadas extensas ou desorganizadas
  • Ambiguidade de papéis e responsabilidades

📉 Copiar modelos prontos pode causar mais danos do que soluções

Infelizmente, ainda é comum encontrar empresas que pegam um “modelo de NR-1” na internet, trocam o nome da empresa e aplicam de forma genérica, achando que estão em conformidade.

O problema é que riscos emocionais e psicológicos não são visíveis como um fio desencapado ou uma máquina sem proteção. Eles exigem escuta, investigação e análise de cultura.

Aplicar um PGR sem considerar a saúde mental pode resultar em:

  • Afastamentos frequentes por estresse e ansiedade
  • Quedas na produtividade
  • Ambientes tóxicos ou indiferentes ao sofrimento psíquico
  • Riscos jurídicos e passivos trabalhistas (inclusive processos por negligência com o bem-estar do colaborador)

🔍 Como incluir saúde mental no seu PGR de forma estratégica

Cada empresa é única. Portanto, a construção do programa de NR-1 precisa considerar sua realidade organizacional, riscos e estrutura humana.

Aqui vão alguns pontos práticos:

1. Diagnóstico organizacional com foco emocional

Antes de montar qualquer plano, investigue o clima, a cultura e os fatores que afetam o bem-estar. Use entrevistas, escuta ativa, indicadores de absenteísmo e turnover emocional.

2. Inventário de riscos psicossociais

Mapeie os riscos mentais reais, como sobrecarga, conflitos internos, pressão por resultados, falta de autonomia, assédio ou isolamento social (comum em modelos híbridos).

3. Capacitação sob medida

Treine lideranças para reconhecer sinais de adoecimento mental e promover ambientes de escuta e apoio. Desenvolva conteúdos práticos sobre empatia, comunicação não violenta e saúde emocional.

4. Plano de ação realista e integrado

Não crie uma lista de desejos. Priorize ações viáveis como reorganização de equipes, pausas estruturadas, programas de acolhimento psicológico e revisão de metas excessivas.

5. Monitoramento contínuo

A saúde mental não se controla com uma pesquisa por ano. Acompanhe com frequência, ajuste estratégias e mantenha o tema vivo nas conversas e decisões da empresa.

👥 Liderança tem papel direto na saúde mental

O estilo de liderança pode ser a causa ou a solução de muitos problemas emocionais nas empresas. Uma gestão autoritária, distante ou desorganizada pode gerar ansiedade crônica em toda a equipe.

Por isso, o sucesso da NR-1 no que diz respeito à saúde mental passa diretamente pela formação das lideranças. É preciso que os líderes entendam que cuidar da mente das pessoas não é fragilidade, é inteligência de gestão.

💼 Saúde mental é prevenção, não improviso

A NR-1 nos lembra que a prevenção é sempre mais eficiente e mais humana do que a correção. Esperar que a saúde mental entre em colapso para tomar medidas é um risco que nenhuma empresa pode mais assumir.

O trabalhador precisa ser visto como um ser completo físico, emocional, social e mental. E as organizações que reconhecem isso têm equipes mais engajadas, produtivas e sustentáveis.

✅ Conclusão: personalize, não improvise

Aplicar a NR-1 com foco em saúde mental não é copiar modelos prontos. É entender que sua empresa tem uma identidade, uma cultura e uma realidade própria e, portanto, precisa de um programa de prevenção e cuidado ajustado a isso.

Não se trata de modismo. É uma exigência legal, uma necessidade estratégica e, acima de tudo, um compromisso com as pessoas.

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Carlos Correia

Apaixonado por transformar pessoas e empresas, Carlos Correia tem mais de 15 anos de experiência em RH, liderança de equipes e implantação de projetos estratégicos em empresas de diversos portes e segmentos.